“Bolsonaro 2022” ou “CPF cancelado”. Dois momentos protagonizados por Jair Bolsonaro (sem partido) em visita a Manaus (AM), na sexta-feira (23). Nos dois casos, o presidente da República posou para fotos, que dizem muito sobre o momento atual e futuro do país, em relação à pandemia do novo coronavírus.
Primeiro, segurar a faixa já demonstra uma pré-campanha antecipada, apesar de que, segundo a legislação eleitoral, não seria irregular, mas certamente imoral já que é uma viagem oficial de um presidente, com dinheiro público, a um estado que colapsou por falta de oxigênio, onde pessoas morreram em decorrência da não ajuda a tempo pelo próprio governo. Essa campanha deveria ser pela vacinação.
Segundo, porque o tal “CPF cancelado”, que significa titular falecido, tripudia as famílias de mais de 389.492 mortos em decorrência da Covid-19. Aliás, famílias inteiras “desapareceram”, figurando em estatísticas que, acredito eu, ninguém quer fazer parte.
A pergunta é: “Em qual desses momentos você se enquadra: “Bolsonaro 2022” ou “CPF cancelado”? E não estou aqui falando em quem o eleitor deve votar no próximo ano. Ainda é cedo e muita água vai rolar debaixo da ponte rumo às eleições. Cada um vota de acordo com sua consciência. Falo de representatividade de agora, de discursos desconexos, de “ameaças” veladas a governadores e prefeitos, de atitude.
Se é para “causar”, e disso o presidente Jair Bolsonaro entende bem, não precisa ser em cima de mortos. Poderia ser com bons exemplos. Não precisa ser com ameaças das forças armadas nas ruas para que a população exerça o direito de ir e vir.
Esse direito nunca deixou de ser exercido, por mais “lockdowns” que fossem impostos. As aglomerações nunca cessaram porque uma boa parte da população insiste em achar que é super herói, mas até esses morrem, seja ficção ou realidade.
“O que eu me preparo, não vou entrar em detalhes… O caos no Brasil. Já falei que essa política do lockdown, do toque de recolher, essa política de ‘fique em casa’… Isso é um absurdo. Se tivermos problemas, nós temos um plano de entrar em campo. Eu sou o chefe supremo das Forças Armadas. O nosso Exército, as nossas Forças Armadas, se precisar, nós iremos para as ruas. Mas não para manter o povo dentro de casa, e sim para restabelecer todo o artigo 5º da Constituição. Se eu decretar isso, vai ser cumprido este decreto. Então, as nossas Forças Armadas podem ir para a rua um dia, sim, dentro das quatro linhas da Constituição para fazer cumprir o artigo 5º, direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, direito ao trabalho, liberdade religiosa de culto, para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores e alguns poucos prefeitos”, disse o presidente em entrevista.
Leave a Reply