Uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União identificou que 10.724 candidatos a prefeito e vereador nas eleições municipais deste ano, e que declararam patrimônio superior a R$ 300 mil, receberam parcelas do Auxílio Emergencial. O tribunal trabalha com indícios de irregularidades.
Na Paraíba (confira a lista do TCU em anexo), pelo menos 70 candidatos, sendo seis na disputa por Prefeituras, cinco candidatos a vice-prefeito teriam recebido o benefício indevidamente, o que será apurado. Pelo menos oito candidatos declararam bens entre R$ 1 milhão e R$ 33 milhões. No geral, a maior parte recebeu apenas uma parcela de R$ 600, outros R$ 3.600,00, R$ 2.400,00 R$ 1.800,00 e R$ 1.200,00.
O TCU analisou declaração de bens dos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral, a Base Unificada de Pessoas, a folha de pagamentos do INSS e do Bolsa Família, e o Cadastro de Pessoas Físicas. “Causa perplexidade imaginar que alguém que tenha patrimônio dessa monta ainda assim se disponha a solicitar o recebimento de auxílio emergencial e possa vir a ser eleito e gerir a coisa pública e a vida em comunidade”, disse o ministro Bruno Dantas, relator do processo.
O ministro tornou pública lista produzida pelo TCU que contém os candidatos que declararam patrimônio igual ou superior a R$ 300mil e que receberam alguma parcela do auxílio emergencial até julho de 2020. No relatório, Dantas recomendou ao Ministério da Cidadania, responsável pelos pagamentos do auxílio, que revise os benefícios concedidos, caso a caso, que seja dado o direito ao contraditório, ou indique os controles internos que serão adotados, informando os resultados ao TCU.
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